Devido ao trabalho que está a ser desenvolvido com a remoção das massas de jacinto-de-água da superfície da Pateira de Fermentelos, uma das maiores lagoas naturais da Península Ibérica, a Câmara Municipal de Águeda tem vindo a colaborar com investigadores do Departamento de Química da Universidade de Aveiro presentemente a estudar formas de valorização daquela espécie invasora.
A colaboração traduziu-se no apoio concedido por 2 técnicos da Autarquia no processo de recolha de amostras da planta a bordo da ceifeira-aquática “Pato Bravo”, para além de os investigadores terem ficado a conhecer o processo de intervenção ambiental levado a cabo pela Autarquia com a recolha mecânica das massas da infestante aquática.
A Pateira de Fermentelos, com uma área de 1.559 hectares, é uma das maiores lagoas naturais de água doce da Península Ibérica e também da Europa, assumindo grande importância para o equilíbrio dos sistemas naturais da zona, não apenas pelo que representa para as populações locais, no contexto natural, socioeconómico, cultural e turístico, mas também como área sensível e importante zona húmida da Rede NATURA 2000 (Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro). A sua relevância natural, conservacionista e sistema biofísico foi igualmente reconhecida com a classificação, em 2013, como Zona Húmida de Importância Internacional – Convenção de RAMSAR.
Nesta área, no sistema lacustre composto pelas várzeas dos rios Águeda e Cértima, ocorrem importantes mosaicos de habitats que conferem ao local potencialidades únicas em termos de refúgio, alimentação e reprodução para as várias espécies da fauna, e avifauna em particular, bem como um elevado valor estético e paisagístico.
A aquisição, pela autarquia Aguedense, de uma ceifeira mecânica para controlo de jacinto-de-água na Pateira revelou-se fulcral para o controlo da infestante e manutenção do espelho de água. Este equipamento já foi cedido para utilização em outros locais do país, como na Golegã, em Montemor-o-Velho (para limpeza da pista de canoagem) e na Lagoa de Mira.
Manter esta invasora controlada na lagoa da Pateira é uma tarefa que exige manutenção constante, face à facilidade com que as plantas se reproduzem, colocando em risco a qualidade ambiental da água e comprometendo as outras espécies de flora e de fauna existentes.
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